Na 9ª Feira de Iniciação Científica e Tecnológica de Igarapé-Miri (FEICITI), realizada no Instituto Nossa Senhora Sant’Ana (INSA), um dos projetos que mais chamou atenção do público foi o “Cacau que cresce, ‘Mundo’ que respira e inclusão que floresce”, desenvolvido por alunos da Escola Estadual Dalila Amaral Cunha, localizada na Vila Maiauatá.
Os autores do projeto são os estudantes Benedita Moraes, Bruna Cuimar, Samira da Silva e Wendson Campelo, do Ensino Médio, sob a orientação da professora Sílvia Pinheiro Ferreira e coorientação de Ana Cláudia da Cunha Miranda.
A iniciativa surgiu a partir da preocupação com o desmatamento intensificado pela instalação de energia elétrica em comunidades ribeirinhas, o que exigiu a abertura de grandes clareiras e resultou no aumento da temperatura local. Para os alunos, a busca por alternativas sustentáveis que promovam a recuperação do solo e a preservação da Amazônia é essencial diante dos efeitos das mudanças climáticas.
O cacau foi escolhido como solução por ser uma planta de porte pequeno, que não compromete a rede elétrica e, ao mesmo tempo, contribui para a recuperação ambiental. Suas folhas, quando caem, protegem as raízes, ajudam a manter a umidade e favorecem a regeneração da terra. Esse processo contribui para a conservação dos solos degradados, além de fortalecer práticas agroflorestais como alternativa sustentável.
Durante a apresentação, os alunos também demonstraram a versatilidade da planta ao produzir creme de cacau, pudim e chás feitos da casca e das folhas, que, segundo eles, auxiliam em problemas de ansiedade e estresse quando consumidos de forma equilibrada.
O trabalho, que integra ciência, educação e saúde, vai além da pesquisa: mostra o potencial do cacau não apenas como cultura econômica tradicional da Amazônia, mas também como aliado na luta contra os impactos ambientais causados pelo desmatamento.
Segundo o resumo do projeto, trata-se de uma proposta prático-experimental, que incentiva a autonomia dos estudantes, a construção de conhecimento e a valorização de saberes locais, conectando a preservação ambiental com a qualidade de vida das comunidades rurais.
A 9ª FEICITI segue com exposições no Instituto Nossa Senhora Sant’Ana – INSA, reunindo projetos do Ensino Fundamental, Médio e Superior, reafirmando Igarapé-Miri como a Terra do Açaí e da inovação científica.
Texto: Robson Fortes – ASCOM